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Fashion Revolution Brasil (Quem fez as minhas roupas?)

  • aline-reimberg
  • 31 de jan. de 2016
  • 2 min de leitura

Quem fez as minhas roupas?

De 29/01 a 04/02 acontece no vão do prédio da Fiesp, localizado na Av. Paulista, o Fashion Revolution Brasil.

O Fashion Revolution é uma organização internacional que promove o consumo de roupas consciente. Após o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, no dia 24 de abril de 2013, deixando mais de 1.133 mortos e 2.500 feridos, ativistas do mundo da moda, a imprensa e acadêmicos se reuniram para mostrar ao mundo que uma mudança consciente e sustentável é possível, e que todos os envolvidos na produção de um vestuário, desde o agricultor que colhe o algodão, até o consumidor do produto final, tem um elo em comum.

Minha experiência:

Eu desde o inicio já sabia do que se tratava a campanha, pois uma amiga minha é voluntária do projeto, então fui preparada para o que ela tinha me adiantado, porem eu não tinha projetado bem a ideia.

Ao chegar em frente ao prédio da Fiesp, logo me deparo com uma vitrine chamativa, com palavras sedutoras sobre promoção. As roupas escolhidas a dedo, atraiam a curiosidade de quem passava por ali. Uma cortina preta e uma moça, voluntária do projeto, eram as únicas coisas que me separavam da oportunidade de poder consumir um produto barato e aparentemente bom. Entrei!

Como estamos no verão aqui no Brasil, em qualquer loja de departamento que você for, sentirá o ar condicionado confortavelmente regulado para te dar prazer, mas na loja do Fashion Revolution não!

Lá você apenas sentia o calor sufocante, um barulho ensurdecedor da maquina de costura e o cheiro característico de tecidos velhos. Na parede em frente a porta de entrada, existem duas TVS, que mostram cenas nada agradáveis sobre a escravidão da industria da moda. Trechos breves de documentários são mostrados, e a cada cena você se sente mal por saber quem são as pessoas que fazem a suas roupas.

Crianças, mulheres, idosos, em sua maioria em estado absoluto de pobreza, são as vitimas que necessitam se submeter a um trabalho árduo, perigoso e desumano. Fiquei por um tempo dentro daquela pequena sala, sentindo todo o desconforto e a energia triste que ali habitava. Eu queria viver o máximo possível dentro daquele universo desconhecido. Eu queria entender aquela sensação ruim, porque eu necessitava saber como é cruel consumir e não se importar quais são os resultados disso. Quantas famílias já sofreram para me vestir? Quantos animais foram agredidos para eu consumir? Quanto mais sera necessário para suprir a ganância humana?

Ao me virar para ir em direção a porta de saída, noto uma senhora costurando projetada na parede, um olhar vazio em minha direção, e mais uma vez sou surpreendida.

Sai meio atordoada, e a equipe do Fashion Revolution aproveita esse momento para me perguntar o que eu achei.

Conclusão:

É super valido ir até o local e tentar viver essa experiência, pois assim reanalisamos os nossos conceitos, valores e moral. Todos os voluntários são extremamente informados sobre o projeto e nos mostram que não condenam o consumo em si, mas sim como ele é produzido. Não é impossível dar condições dignas de trabalho para estas pessoas, só depende da nossa indignação e empatia. Juntos podemos mudar este sistema injusto.

Então a partir de hoje questione: Quem fez as minhas roupas?

Luh Minucci e Eu

 
 
 

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